Brasil – A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ao lado de figuras políticas de peso, como a governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), as deputadas Bia Kicis (PL-DF) e Carol de Toni (PL-SC), além da senadora Damares Alves (Republicanos-DF), protagonizou um vídeo divulgado nesta terça-feira (1º de abril de 2025) convocando mulheres para um ato na Avenida Paulista, em São Paulo, marcado para o próximo dia 6. O evento tem como objetivo principal apoiar o projeto de lei que busca anistiar os presos pelos atos extremistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.

Tocador de vídeo 00:00 02:00 No vídeo, Michelle faz um pedido inusitado às manifestantes: que levem um batom. A referência é direta a Débora Rodrigues dos Santos, cabeleireira de 39 anos que ficou conhecida por pichar a estátua “A Justiça”, em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF), com o acessório durante os ataques de 2023. Com o batom, ela escreveu a frase “perdeu, mané” – uma provocação que ecoa as palavras do presidente do STF, ministro Roberto Barroso, dirigidas a um manifestante em Nova York, em novembro de 2022. A prisão de Débora tornou-se um símbolo para os apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que a apontam como exemplo de punições exageradas aplicadas aos réus do 8 de Janeiro. O caso de Débora ganhou ainda mais destaque no meio político e jurídico.

O ministro Alexandre de Moraes, do STF, votou pela condenação da cabeleireira a 14 anos de prisão, com 12 anos e 6 meses em regime inicialmente fechado. No entanto, o julgamento foi suspenso após o ministro Luiz Fux sinalizar que pretende revisar a pena. Atualmente, Débora cumpre prisão domiciliar, mas sua situação continua a mobilizar bolsonaristas, que veem nela uma vítima de um sistema judicial rigoroso. No mesmo vídeo, também aparece a esposa de Cleriston Pereira da Cunha, outro réu do 8 de Janeiro que faleceu na prisão, reforçando a narrativa de injustiça levantada pelos organizadores do ato. A convocação de Michelle não é isolada: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, já havia feito o mesmo apelo para que as mulheres levassem batons à manifestação, amplificando o simbolismo do gesto.

O ato na Paulista promete reunir apoiadores do ex-presidente Bolsonaro e parlamentares alinhados à sua agenda, como Bia Kicis, Carol de Toni e Damares Alves, que têm se destacado na defesa da anistia aos presos de 2023. A presença de Celina Leão, governadora do Distrito Federal, reforça o peso político da mobilização, que busca pressionar pela aprovação do projeto de lei em tramitação no Congresso.