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Borba: o desafio urgente da gestão do lixo - Entre o caos da saúde e a sustentabilidade”

Mais de 42 mil habitantes enfrentam um problema crescente e preocupante com a falta de coleta adequada do lixo e a destinação correta dos resíduos.

PortalR5.com.br*
Por: PortalR5.com.br* Fonte: David Batista
25/07/2024 às 17h22 Atualizada em 25/07/2024 às 17h31
Borba: o desafio urgente da gestão do lixo - Entre o caos da saúde e a sustentabilidade”
Foto: Divulgação

Na cidade de Borba, localizada a 150 quilômetros em linha reta da capital Manaus, no Amazonas, a população de mais de 42 mil habitantes enfrenta um cenário desolador em relação à gestão do lixo. Dados do Instituto Água e Saneamento revelam que a falta de coleta adequada e a destinação correta dos resíduos sólidos tem impactos devastadores na vida dos moradores.

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O município, que não dispõe de um aterro sanitário apropriado, sofre quase que diariamente com fumaças proveniente do lixão, localizado próximo à área urbana. Essa situação gera não apenas mau cheiro, mas também infestações de insetos, como moscas, e a presença abundante de urubus nas proximidades da área urbana. 

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Realidade vivida de perto pelo agricultor Adiel Oliveira, que precisa passar todos dias pelo ramal  Novo Horizonte, para chegar no sítio onde trabalha. O ramal é o mesmo onde está depositado o lixão. “É muito difícil passar por aqui e vermos essa porcaria que tá. Essa área  (…) quando chove é  maior o  problema,  tem que andar de bota, um fedor danado, eu  já adoeci.” Reclamou  o agricultor . 

Esses fatores também contribuem para um ambiente propício ao surgimento de doenças respiratórias e de pele entre os habitantes. Doença inclusive  citada por Adiel durante a entrevista,  que  afirma  ter pego uma espécie de micose  na região dos pés,  que  acredita ter adquirido no local. Na mesma realidade, Mariana  Teles, moradora da comunidade do Querosene, próximo ao lixão, sofre constantemente com as queimadas feitas no local. 

“Tem dias que acordo com minha casa infestada de fumaça, cheiro de plástico queimado. A  gente não sabe quem é responsável por colocar fogo, parece que ideia é destruir o lixo com o calor,  o medo é que isso se alastre.” Falou a dona de casa. 

“A fumaça proveniente desses lixões em sua maioria são tóxicas. O que pode ocasionar doenças pulmonares seríssimas como pneumonia, tuberculose e dependendo da alta exposição o desenvolvimento de câncer. Já contato com chorume do lixo, causa infecções bacterianas causando lesões na pele, além de outras doenças, dependendo do nível de exposição.” Explicou a médica infectologista Ademara Sulivan. 

Meio Ambiente

A plataforma Municípios e Saneamento destaca que o saneamento básico é composto por quatro componentes essenciais: abastecimento de água, esgotamento sanitário, gestão de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais. No entanto, Borba carece de uma política municipal eficaz nesse sentido, refletindo na qualidade de vida da população. Infelizmente a realidade da cidade, é a mesma da maioria dos municípios do Amazonas, que ainda não possuem aterros sanitários adequados conforme determinado pela Política Nacional  de Resíduos Sólidos (PNRS)  estabelecida em 2010. 

De acordo com o pesquisador e ambientalista Carlos Durigan , o  descarte de lixo e resíduos sem os cuidados devidos geram grandes problemas sanitários para as paisagens naturais, rios e igarapés, biodiversidade e às pessoas. Lixões como o de Borba podem contaminar solos, água e mesmo o ar e isso ainda piora quando é ateado fogo a estes materiais. 

“A mistura de resíduos químicos e orgânicos produz uma sopa tóxica, o chorume com alto poder contaminante e de gerar doenças. Triste que ainda vivamos este tipo de situação, mesmo após 14 anos da elaboração do Plano Nacional  de Resíduos Sólidos  ao qual os municípios já deveriam estar alinhados na solução deste tipo de problema.” Explicou Duringa.


Com apenas 40,45% dos habitantes atendidos pela coleta de resíduos domiciliares e uma taxa de recuperação de materiais recicláveis ainda baixa 2,23%, o desafio da gestão do lixo em Borba é evidente. A ausência de um plano municipal, conselho e fundo específicos para saneamento agrava a situação, tornando urgente a necessidade de medidas concretas por parte das autoridades locais.

Sobre  ausência de um plano, ou solução para destino adequado do lixo, o município chegou a apresentar para Secretaria  Estadual de Meio Ambiente, em 2010, um Plano de Gestão Integrado de Resíduos Sólidos (PGIRS). O projeto nunca foi colocado em prática. A reportagem entrou em contato com a atual gestão da prefeitura do município, mas não obtivemos respostas para os questionamentos apresentados.

Diante desse contexto alarmante, é fundamental que sejam adotadas ações imediatas para combater os impactos negativos causados pela má gestão do lixo em Borba. A conscientização da população, o investimento em infraestrutura adequada e a implementação de políticas públicas eficazes são passos essenciais para transformar essa realidade e garantir um futuro mais saudável e sustentável para todos os moradores dessa, que é mais uma encara fora cidade amazônica.

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